Nos Bastidores da Música: A Jornada de Cris Leal no Backstage e a Importância da Inteligência Emocional
Hoje, vamos te levar para um lugar onde poucos param para prestar atenção: os bastidores dos grandes shows. O episódio do IS WE Podcast trouxe uma conversa incrível com Cris Leal, um produtor técnico, psicoterapeuta e “pau pra toda obra”, que compartilhou sua trajetória de vida e como a inteligência emocional é crucial tanto para quem está no palco quanto para quem está por trás das cortinas.

Seja você fã de música, alguém que já sonhou em viver no backstage ou apenas curioso, essa leitura é para você. Vamos descobrir juntos o mundo fascinante e desafiador de quem faz a mágica acontecer nos palcos de shows e eventos.
O Início de Tudo: Como Cris Leal Entrou no Backstage
Cris sempre foi ligado à música. Na adolescência, tocava bateria em uma banda de metalcore e começou a frequentar festivais de música underground, especialmente na cena hardcore de Osasco, onde circulavam bandas como NXZero. Mas foi ali, ajudando a montar palcos em festivais, que ele percebeu sua verdadeira paixão: os bastidores.

Seu olhar começou a focar mais na equipe técnica do que nas próprias bandas. Ele se encantou com a organização, a velocidade e o esforço da galera que estruturava o show. Com o tempo, Cris se deu conta de que esses profissionais eram os “super-heróis” da música — sem eles, os shows simplesmente não aconteceriam.

Ele teve a cara de pau (por assim dizer) de se voluntariar para trabalhar nas montagens de palco. Aceitou um cachê simbólico e passou a ajudar em festivais, cuidando da troca de equipamentos entre as bandas e organizando o palco. Foi assim que ele deu seus primeiros passos no backstage.
Os Super-Heróis Por Trás das Cortinas
O trabalho no backstage não é só físico, exige uma quantidade imensa de planejamento e dedicação. Para cada grande show, como festivais gigantescos do Slipknot ou qualquer produção internacional, há meses (senão anos) de trabalho. Cris nos lembra que é fácil olhar o espetáculo e não pensar em todas as pessoas que estão ali fazendo aquilo acontecer.

Muitas vezes, essas pessoas ficam invisíveis para o público — mas são, de fato, os pilares estruturais de qualquer evento. O palco que vemos montado, as luzes, o som, tudo precisa ser meticulosamente planejado. E a equipe técnica não para, trabalha quase ininterruptamente para garantir que cada segundo do espetáculo ocorra conforme o planejado.

Imagine isso em eventos como a Virada Cultural, onde Cris trabalhou com turnês intensas que envolviam shows em diferentes regiões. Ele descreve como é organizar três ou mais shows em dias consecutivos, pegar estrada e, mesmo assim, manter o nível de qualidade lá no alto. Exaustivo? Com certeza. Mas absolutamente necessário.
Superando os Desafios: O Peso da Inteligência Emocional
O backstage é bem mais que técnica; ele também envolve um componente emocional gigantesco. Cris compartilhou como, muitas vezes, o backstage pode ser esmagador. Não apenas fisicamente, mas psicologicamente.

Ele relembrou momentos tensos, como quando foi sabotado durante um show no lendário Circo Voador. A equipe local não parecia disposta a cooperar, e ele precisou usar todas as suas habilidades de diálogo e inteligência emocional para contornar situações difíceis. Num ambiente de estresse constante, saber lidar com conflitos e tensão é uma arte.

Além disso, ele falou sobre o impacto psíquico da rotina intensa. Estando constantemente viajando — e muitas vezes sozinho —, ele acabou se afastando de amigos e familiares, o que o levou a enfrentar um quadro grave de depressão.
A Relação com a Depressão
Muitos acreditam que trabalhar com música é só diversão e agitação. Mas, para os profissionais dos bastidores, o ritmo é pesado. Cris revelou como esse ciclo ininterrupto de trabalho o levou à depressão.

Com uma média de 26 eventos por mês, a vida de backstage começou a cobrar seu preço. A queda brusca no número de eventos, problemas pessoais e o isolamento acabaram levando Cris a uma crise tão profunda que ele chegou a ensaiar tentativas de suicídio. Nesse ponto, ele decidiu tentar algo novo.

Foi nesse momento que descobriu a PNL (Programação Neurolinguística) e a prática de exercícios físicos como ferramentas para começar a se reerguer. Esses métodos o ajudaram mentalmente e fisicamente, colocando-o de volta à ativa. E o mais interessante de tudo: além de curar a si mesmo, ele se especializou em PNL e começou a ajudar outros artistas a lidar com seus próprios traumas e dores.
A Importância do Autocuidado no Backstage
Trabalhar nos bastidores é saber que a batalha se vence em equipe. Cris ressalta que o autocuidado e o apoio psicológico são fundamentais. Muitos profissionais de backstage se colocam de lado e esquecem suas necessidades emocionais. Não é incomum ver pessoas esgotadas fisicamente e psicologicamente, lidando com o peso dos eventos sem procurar ajuda.

Mas Cris insiste: não se pode carregar esse fardo sozinho. Precisamos entender o quanto é necessário procurar suporte, seja por meio da terapia, seja através de amigos, mentores ou até atividades simples como o esporte. E, assim, ele reforça a ideia de que é importante cuidar da mente da mesma forma que cuidamos do corpo.
Conclusão: Todos Precisamos de Ajuda
A história de Cris Leal nos ensina que, por trás do glamour dos shows e grandes eventos, há uma realidade dura e desafiadora. E, nela, a saúde emocional é tão crucial quanto a física. Para os profissionais de música, produtores, técnicos, todos esses heróis invisíveis, saber gerenciar a mente é a chave para garantir que continuem no jogo — e sempre fortes.
Se você trabalha nesse setor ou conhece alguém que trabalha, lembre-se: não subestime a importância da saúde mental. E se estiver precisando de ajuda, não tenha medo de pedir.
Quer ouvir todos os detalhes da trajetória de Cris? Acesse o IS WE Podcast e confira o episódio completo.
Quer saber mais sobre Cris Leal?
Você pode segui-lo no Instagram @ocrisleal e entrar em contato para conhecer mais sobre seu trabalho como psicoterapeuta e técnico de som.