Luiz Fernando, Vocalista da Cabeça Pilhada: Uma Vida Entre Música e Audiovisual no IS WE Podcast
Luiz Fernando, mais conhecido como LF, vocalista da banda Cabeça Pilhada, é um nome forte da cena underground paulista. Com mais de 10 anos de estrada, ele conversou no IS WE Podcast sobre sua trajetória na música, desafios do rock nacional, seu trabalho no audiovisual e projetos que prometem dar o que falar. Neste post, reunimos toda a história e visão de LF para quem quer conhecer melhor esse artista multifacetado e o cenário ao seu redor.
De Influências Familiares ao Rock: A Trajetória de Luiz Fernando
Luiz Fernando é formado em Comunicação e antes de se dedicar completamente à música trabalhou em outras áreas. A paixão pela música surgiu cedo, impulsionada por influências vindas de casa e da família. Seu pai sempre ouviu rock clássico, como Beatles, Pink Floyd e Led Zeppelin. Já na adolescência, o padrinho, que é primo de LF, apresentou bandas nacionais dos anos 90 que marcaram época, como Raimundos, Charlie Brown Jr., Sepultura, além das bandas gringas Green Day, Offspring e Rage Against The Machine.

A primeira guitarra de Luiz Fernando apareceu quando ele tinha 15 anos. Apesar de tentar montar uma banda na escola, não deu muito certo na época. Ele relembra que, mesmo tocando clássicos de Titãs, Ramones e Legião Urbana, era difícil levar o projeto adiante. Aos 20 e poucos anos, a oportunidade surgiu no SBT, onde conheceu os futuros integrantes da Cabeça Pilhada.
Linha do Tempo da Formação da Cabeça Pilhada
- 2011: Conhece Sheik (baixista) e baterista trabalhando no SBT.
- 2014: Início dos ensaios e formação oficial da banda.
- 2015: Lançamento da primeira demo e participação em coletâneas punks.
- 2018: Lançamento do primeiro CD físico com 11 faixas.
- 2019-2020: Mudança na formação; remonta da banda após saída de integrantes.
- 2022: Entrada do baterista Sorriso, formação atual está estabilizada e alinhada.

A banda surgiu como hobby e amor pela música, mas se estruturou com o tempo para ser um projeto sério, enfrentando dificuldades comuns no circuito independente, como a necessidade dos membros conciliando empregos e a falta de apoio comercial consistente.
Cabeça Pilhada e a Cena Underground de São Paulo
São Paulo é um dos maiores polos do underground no Brasil, com uma cena que sempre movimentou público fiel e muitos shows. Bandas como Gritando HC, Pant, e Cólera são exemplos do movimento que mantém viva a cultura do rock e do punk no estado.
A Força do Underground e os Desafios
Apesar do público presente em shows, o underground ainda vive a disputa contra a falta de apoio e a competição com outros gêneros musicais que dominam o mercado e as rádios, como o sertanejo e o funk. LF destaca a resistência do público do rock, que enfrenta condições adversas, como em um show recente na zona norte de São Paulo, que mesmo com chuva forte lotou a casa de cultura.

Os Obstáculos Internos e Externos
Entre as maiores dificuldades está a rivalidade entre bandas e a falta de apoio mútuo dentro do underground, que dificulta a expansão da cena. Fora isso, a supervalorização de estilos como sertanejo e funk consome a atenção do mercado e do público, deixando o rock nacional em desvantagem, apesar do talento indiscutível.
A Queda da “Gringalização” e o Orgulho pelo Rock Nacional
Um tema que LF traz com bastante veemência é a “gringalização”: a preferência excessiva por bandas e artistas estrangeiros, em detrimento do cenário brasileiro. Bandas como Asfixia Social e Sistema já rodaram a Europa e América Latina, mostrando que há espaço e qualidade no rock nacional para competir externamente.
Um destaque curioso foi a repercussão internacional do cover acústico da música “Bela Ciao” durante a pandemia. A faixa, ligada culturalmente à Itália e Espanha, ganhou espaço no site Punkadeka, um dos maiores do sul da Itália, que compartilhou o projeto brasileiro de forma elogiosa.
Ainda na linha da valorização cultural nacional, LF cita o metal com letras em Tupi Guarani do músico Mário Breu, uma mistura poderosa de raízes indígenas com peso do metal, algo raro não só no Brasil, mas no mundo.
O Audiovisual como Caminho Profissional de Luiz Fernando
Além da música, Luiz Fernando construiu uma carreira sólida no audiovisual. Ele começou em estúdios de uma faculdade que transmitia aulas EAD e depois foi estagiário no SBT, onde trabalhou em programas como Casos de Família. Foi lá que conheceu Sheik e o baterista, que também integraram a Cabeça Pilhada.

Com o tempo, atuou como produtor em emissoras e produtoras locais e voltou ao SBT para trabalhar com o apresentador Otávio Mesquita. Durante a pandemia, lançou o programa “Rolê na Galeria”, uma série em vídeo que exibia convidados andando e conhecendo a famosa Galeria do Rock de São Paulo.
A Galeria do Rock: Uma História Viva
Conhecida desde a década de 50, sendo popularizada nos anos 70 e 80, a Galeria do Rock é um ponto cultural e turístico para fãs de diversos estilos. O programa aproveitou essa história para mostrar artistas como Ovelha, Sandro Dias e Artur Veríssimo. O formato descomplicado contou apenas com câmera e apresentador, reforçando a paixão pela cultura independente.
Apesar do sucesso e reconhecimento do público, o trabalho audiovisual independente enfrenta limitações. Equipes pequenas somadas à carga de produção tendem a sobrecarregar os envolvidos, especialmente num mercado que exige muito com pouco recurso.
Mercado de Música, Audiovisual e Os Influencers
Nos últimos anos, a indústria do entretenimento viu uma transformação drástica com o crescimento dos influencers digitais. Essa nova realidade trouxe oportunidades, mas também desafios, como a compra de seguidores e dados inflados para simular popularidade.

Influencers Inflados x Influencers Orgânicos
O mercado sofre com casos de “inflados”, perfis que compram seguidores para atrair marcas, mas que não convertem vendas nem envolvimento real do público. Isso cria concorrência desleal com profissionais sérios, que constroem seus seguidores na base da qualidade e interação verdadeira.
LF ressalta a importância de marcas e consumidores identificarem perfis reais, evitando investimentos em falsas métricas. Ele também destaca que agora o público valoriza mais a conexão e a comunidade do que apenas números altos de visualizações.
O Futuro é Multiplataforma
Eles lembram que profissionais com carreira consolidada estão hoje nas mais diferentes mídias: do rádio à internet, em programas de TV, podcasts e YouTube. A adaptação a diferentes formatos é fundamental para permanecer relevante.

Nostalgicamente, LF comentou sobre o retorno do Orkut, rede social que marcou época para muitas gerações, reforçando que algo mais conectado e com conteúdo valioso sempre encontra seu lugar no público.
Novos Caminhos: O Projeto com Bateras Beat
Uma parceria recente de LF é com a escola de música Bateras Beat, tradicional no ensino musical com quase 40 anos e dezenas de franquias no Brasil e no exterior. Juntos, criaram o canal Bateras Bit no YouTube, onde toda quarta-feira são lançadas entrevistas e conteúdos que ampliam a cultura musical, indo além das aulas tradicionais.

Já passaram pelo canal figuras como a Monja, Mauro Beting e LenãoLobo. A intenção é futuramente mostrar o backstage da escola, métodos de ensino e o dia a dia dos alunos, agregando valor educacional.
Mensagem Final de Luiz Fernando
Luiz Fernando deixa um conselho para quem quer seguir no audiovisual ou na música: buscar fontes que agreguem valor e qualidade, não estar preso apenas aos números. Ele incentiva a conhecerem a Cabeça Pilhada, ir aos shows e trocar ideias com a banda. Para seguir o trabalho dele, o Instagram oficial é @lufernandolf, onde sempre traz novidades do universo musical e jornalístico.

“Procurem sempre canais e portais que agreguem valor ao que vocês querem. Não sigam muitos milhões de seguidores, sigam qualidade. E para a banda, estamos vivendo uma fase incrível, com 10 anos de hardcore e de luta. Venham conferir nosso som e nossos shows.” – Luiz Fernando
Parcerias que Fortalecem o Trabalho Independente
O IS WE Podcast agradece a Marketing Animado, produtora audiovisual localizada na Barra Funda, que oferece uma estrutura completa para podcasts, ensaios, videoclipes e gestão digital, impulsionando projetos criativos.
Outro parceiro importante é a Rúvolo Glass Company, uma das maiores e mais antigas fabricantes de vidro do Brasil, responsável pelos copos licenciados que você provavelmente já usou. Eles garantem qualidade para o consumidor final e apoiam iniciativas culturais.
A conversa com Luiz Fernando mostra a vocação e persistência de quem vive para a música e o audiovisual, mesmo diante dos desafios do mercado. A Cabeça Pilhada se mantém firme no underground, enquanto LF explora novas frentes para levar música e cultura mais longe.
Para conhecer mais sobre a banda e acompanhar as novidades, vale a pena ficar de olho nas redes de LF e no canal Bateras Bit, onde a música brasileira continua ganhando voz e espaço.
Assista à entrevista completa no IS WE Podcast e mergulhe nessa história de paixão e entrega.