Fogo Cruzado: A Jornada do Punk Rock Nacional
Se você ama punk rock, prepare-se para uma viagem alucinante pelo universo do Fogo Cruzado, uma das bandas mais icônicas da cena punk brasileira. No episódio do IS WE Podcast, o vocalista Talibã, o baixista Anselmo, o guitarrista Ari e o baterista Valter Muniz compartilharam suas histórias dos anos 80 até os dias atuais. Uma conversa envolvente que passou pelas origens do grupo, as rivalidades de gangues, desafios, e até momentos hilários que marcaram essa trajetória.
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Acompanhe abaixo a essência desse bate-papo, com uma verdadeira aula sobre o punk nacional!
O Início: Punk, Skate e Rebeldia
Talibã, vocalista da banda, relembra que seu envolvimento com o punk começou entre manobras de skate e rodas de amigos. Nos finais dos anos 80, o skate andava lado a lado com o punk rock e o hardcore. O cenário da periferia paulistana, especialmente em bairros como Freguesia do Ó e Pirituba, presenciava eventos espontâneos, música compartilhada, e uma vontade coletiva de criar. Foi nesse ambiente que começaram as primeiras formações musicais.
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Talibã mencionou o quanto tudo era improvisado—desde os instrumentos até os palcos. As bandas locais montavam seus próprios campeonatos de skate e aproveitavam para tocar nessas ocasiões, democratizando a música punk. O espírito do “faça você mesmo” sempre foi presente.
Fogo Cruzado e o Cenário Punk dos Anos 80
Você sabia que o Fogo Cruzado nasceu em 1981 num aniversário? Sim, foi no meio de uma reunião em Pirituba que surgiu a ideia da banda. Como conta Muniz, a cena punk estava começando a se estruturar, apesar dos desafios. Era uma época de fitas cassete e shows de garagem, que reuniam bandas como Inocentes, Ratos de Porão, e é claro, o próprio Fogo Cruzado.
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Muniz também fala sobre quando começou a tocar bateria e o impacto que bandas como Ramones e Sex Pistols tiveram sobre sua formação musical. Ele ainda destaca como a essência da música punk não era apenas a simplicidade, mas sim a paixão, o que despertou sua vontade de montar uma banda que lutasse contra o sistema, algo que se tornaria um marco no estilo da Fogo Cruzado.
Desafios da Cena: Gangues e Rivalidades
Os anos 80 também foram marcados por brigas e rixas entre gangues na cena punk. O ambiente era pesado, e muitas vezes, shows eram interrompidos por conflitos. No entanto, o Fogo Cruzado e outras bandas sempre pregaram a união e o respeito, elementos essenciais para a sobrevivência de um movimento alternativo.
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Anselmo, o baixista, compartilha suas lembranças dessa época de “paz e guerra”. Ele relembra como o movimento sofreu com dificuldades, inclusive a aceitação geral da sociedade sobre o novo estilo de vida punk. Na opinião dele, aquela era uma “época mágica”, mesmo com todos os obstáculos.
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As Histórias Engraçadas que Ficaram na Memória
O punk rock não é feito só de revolta; há também muitas histórias hilárias que surgiram ao longo da caminhada da banda. Uma das mais cômicas envolve Anselmo. Durante uma tentativa de criar um vinil artesanal para a sua antiga banda, ele acabou furando o vinil… torto. Resultado? Um disco com dois furos no meio! E o mais engraçado: ele ainda tentou tocar o disco mesmo assim.
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Outra história que vale destacar é a vez em que o baixista Frangão roubou o frigobar inteiro de um hotel no Rio de Janeiro após um show. No final, ele acabou distribuindo bebidas para todos os músicos. Extremamente punk, não acha?
Os Novos Tempos e a Evolução da Banda
A entrada de Talibã na banda foi um divisor de águas. Com um estilo mais voltado para o drive e uma performance energética, ele trouxe novas possibilidades musicais para o Fogo Cruzado. Embora ele mesmo admita que nunca estudou música formalmente, sua dedicação e a química com o grupo foram evidentes desde o primeiro ensaio. O resto da banda concorda que Talibã encaixou como uma luva no estilo visceral e cru do som da Fogo Cruzado.
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O guitarrista Ari Baltazar relembra que tocar no Fogo Cruzado exige não só talento, mas responsabilidade. Afinal, o som da banda não é nada fácil de reproduzir e sempre foi considerado um diferencial na cena punk paulistana.
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A Cena Musical no Brasil Hoje
O punk rock brasileiro tem uma longa história, mas ainda se depara com desafios. Muniz comenta sobre a falta de valorização das bandas nacionais. Segundo ele, se o Sepultura, por exemplo, tivesse cantado em português, talvez não tivesse alcançado o sucesso estrondoso que teve. Aqui, o mercado é limitado, com uma forte preferência por estilos mais comerciais.
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Mas, a boa notícia é que a cena independente segue viva! Talibã fala sobre o prazer de assistir a bandas como Worst e Asfixia Social, que estão fazendo sucesso dentro e fora do Brasil, representando o país em festivais internacionais e mantendo o punk rock relevante, mesmo fora do mainstream.
Conclusão
O Fogo Cruzado é mais do que uma banda; é um verdadeiro pilar do punk rock brasileiro. Do improviso em Pirituba à consagração como lenda da cena underground, a trajetória do grupo inspira novos músicos e mantém viva a chama da contracultura.
Quer ver mais sobre a cena punk paulistana? Acompanhe o Fogo Cruzado nas redes sociais e não perca as histórias, os desafios e, claro, as músicas que continuam a empolgar gerações!